BREVE HISTÓRICO DOS SABERES, LINGUAGENS E EXPRESSÕES MUSICAIS DA VIOLA EM MINAS GERAIS

BREVE HISTÓRICO DOS SABERES, LINGUAGENS E EXPRESSÕES MUSICAIS DA VIOLA EM MINAS GERAIS

Conforme divulgado no site do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG, “a Viola é um instrumento musical formado, geralmente, por dez cordas de cinco ordens duplas ou triplas, por um formato cinturado e eventualmente, por adornos de madeira chamados de marchetaria”. O instrumento português chegou ao Brasil no período da colonização e foi tão bem acolhido em Minas Gerais que ganhou nomes, formatos, técnicas de fabricação e maneiras de tocar completamente diferentes. No território mineiro embora receba diversas terminologias como: Viola Sertaneja, Paulista, de Queluz, de Arame, Mineira, ou puramente Viola – é mais conhecida por Viola Caipira. Com o tempo, o referido instrumento foi ganhando adeptos em todos os cantos do Estado e, por isso, se transformou em um objeto tão representativo. Tal difusão teve como impulso o trabalho dos artesãos que se dedicaram a aprender cada detalhe da sua fabricação. O jeito brasileiro de confeccionar as violas também ganhou traços tupiniquins, fazendo com que no Brasil tenha os melhores violeiros do mundo.

Segundo consta no site do IEPHA/MG, em Minas Gerais existe vários fazedores e luthiers, esses artesãos dominam diferentes técnicas e saberes relacionados com a fabricação das Violas. Desse instrumento sonoro surgiram afinações, gêneros musicais, ritmos, toques e de modos de tocar presente em diversos contextos da cultura mineira, especialmente nas Folias, Catiras, Danças de São Gonçalo, Rodas de Viola, Congados, Batuques entre outras. A ligação do instrumento às tradições em todo território mineiro motivou o IEPHA a elaborar o Processo de Registro Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais. O estudo foi desenvolvido de modo colaborativo com detentores, prefeituras municipais e pesquisadores do tema, durante os anos de 2017 e 2018. Na atualidade milhares de violeiros e centenas de fazedores de violas já foram mapeados em Minas, pelo IEPHA/MG, por meio de uma plataforma digital que permanece aberta. A Secretaria de Cultura de Campos Altos participou de tal iniciativa, cadastrando os violeiros: Geraldo Alves de Souza (aprendeu e toca viola sozinho), Maria Laura Carvalho Teixeira, Mariana de Brito Ribeiro, Pedro Henrique Alvarenga de Lima, Letícia da Silva Lopes, Igor Henrique da Silva Lopes. Exceto o Geraldo, o restante aprendeu a tocar viola de dez cordas em aulas de músicas ministradas por Antônio José dos Santos, maestro Toninho, por meio de um Projeto realizado em parceria entre a Escola Estadual Padre Clemente e a Escola de Música da Corporação Musical Lira Santo, ali criaram um grupo de violeiros. Com exceção do Igor Henrique da Silva Lopes que toca viola de luthier, todos os outros tocam viola industrial.